we need to talk about kevin (2011)



we need to talk about kevin
112'

year: 2011
director: lynne ramsay
starring: tilda swinton, ezra miller and john c. reilly
imdb: 7,8







esta semana em destaque we need to talk about kevin, um filme cujo trailer intenso tem andado a vaguear e ezra miller a ser bastante elogiado pela sua prestação. devo admitir que ao ver o trailer só conseguia interrogar.me sobre o propósito do filme, visto que pela apresentação só conseguimos aspirar a uma coisa: suspense. e, suspense na sua mais alta intensidade. 

decidi ceder ao suspense apesar do seu tom creepy e vi o filme. e resumido numa só palavra, chego à mesma conclusão que o trailer: suspense. o filme retrata a relação entre a mãe e um filho, desde o seu nascimento até à sua adolescência, onde existe um evento marcante que transforma o filme num constante flashforward do desenvolvimento desse evento como uma consequência e explicação de todo o comportamento durante o crescimento do rapaz, kevin. qualquer sinopse vos dirá que o evento que ocorre é kevin que decide assassinar vários alunos da escola que frequenta. 

no entanto, o ponto fulcral não passa pelo evento, o que é algo que me atraiu bastante no filme, apesar de não nos dar resposta nenhuma concreta, para além de um comportamento sociopata. como já mencionei anteriormente no meu post referente à review do filme "downfall", penso que é extremamente importante perguntarmo.nos o porquê de pessoas como hitler terem feito o que fizeram, em vez de continuamente constatar o óbvio de que o que foi feito está errado. e, penso que o filme é bom no sentido que retira o protagonismo do evento e, se foca no crescimento, nos comportamentos e nos sinais prévios ao evento. 

a nível de fotografia, o filme está excelente no sentido do quão eficiente é a provocar.nos reacções físicas, graças a constantes estímulos de nojo, psicose e de certa forma, paranóia. a maioria dos estímulos de nojo provêm de alimentos, que tão exageradamente são conectados a sangue desde o princípio ao fim, de tal ponto que não nos apercebemos qual a ligação directa, mas uma sandes com doce, consegue.se tornar num símbolo de exagero, nojo e lúxuria sociopata. penso que foi conseguido um grande aproveitamento de elementos do quotidiano para traduzir pequenos detalhes de comportamento que parecem banais. 

por fim, as interpretações. tilda swinton está brilhante e na minha opinião toda a sua expressão natural é expressiva e, a personagem de certa forma enquadra emoções que retiro sempre da sua postura, como apatia e rigidez. apesar da badalada performance de ezra miller, que merece sem dúvida o seu mérito, penso que é uma desilusão, que em tudo o que ouvi sobre o filme, nunca ouvi falar das crianças que interpretavam kevin quando era mais novo (logo no trailer podemos sentir o poder de representação de uma das crianças). penso que elas estão de parabéns, pois contribuem a nível temporal, muito mais para o filme, do que ezra miller, apesar de este ser o culminar da psicose. 

gostaria só de referir que este filme é daqueles que a maioria não vai gostar, devido ao seu carácter extremamente fotográfico a nível de expressão e, focado em todo o comportamento a nível de feições e discursos curtos. por isso poderá ser considerado parado muitas vezes, mas acima de tudo eu diria interessantemente creepy. 


RATING: 4.5/5

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